O Instituto de Genealogia de SC – INGESC, fez no último dia 24 de julho de 2024, em sua Sede a apresentação do Projeto “Ibátan afro-catarinense: Genealogia das famílias negras em Florianópolis e adjacências (1800-1900)”, sob a coordenação dos Historiadores Elisiana Trilha e Fábio Garcia, com a presença de associados e muitos convidados. A primeira fase do projeto, de junho a dezembro de 2024, no final do ano estará num site os primeiros resultados das pesquisas e suas transcrições.
O projeto “ÌBÁTAN afro catarinense: genealogia das famílias negras em Florianópolis e adjacências (1800-1900)” tem por objetivo organizar as informações sobre escravizados e suas famílias em Desterro (e na atual Grande Florianópolis), desde as primeiras décadas do século XVIII, a partir de fichas impressas e preenchidas à mão, contendo dados coletados sobre a população negra (e não compilados) pelo extinto Centro de Estatística do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), hoje sob a guarda do Instituto de Genealogia de Santa Catarina (INGESC). Ìbátan (do Iorubá) significa “parentesco” e neste projeto, busca representar a dimensão mais profunda das relações entre escravizados, livres e libertos, sobretudo, a formação de suas famílias e por conseguinte, a organização social e econômica de Desterro, além de sua importância no contexto das rotas náuticas, comercial e do comércio escravista ao sul do Brasil, especialmente, desde 1771(primeiro livro de batismo escravos 1771/1798). O projeto coloca a família como núcleo central de uma série de relações e de dimensões atravessadas por sociabilidades que podem dizer muito sobre a comunidade negra, os processos de emancipação e o pós-abolição a partir de uma série de registros, entre eles, de casamentos, batismos, óbitos, nomes de escravos e nação de origem.
Para atingir o objetivo supra descrito, o projeto tem os seguintes objetivos específicos:
a. Apresentar novas referências e fontes para a história das comunidades negras em de Florianópolis;
b. Cumprir etapa inicial e fundamental do macro-projeto de inventário das famílias negras da Grande Florianópolis, entre os séculos XVIII e início XX;
c. Promover a difusão dos dados coletados e tratados, de forma ampla e gratuita por meio de portal na web;
d. Sistematizar dados sobre a relação senhor/escravizado e outros, coletados em fichas cadastrais sobre a escravidão e pós escravidão em Santa Catarina, mais especialmente em Desterro, desde o século XVIII; e compreender os vínculos estabelecidos entre senhores e escravizados;
f. Criar cenários a partir de gráficos e análises, para compreensão do contexto da escravidão em Santa Catarina;
g. Identificar os trabalhos acadêmicos sobre escravidão e pós-escravidão em Florianópolis e Santa Catarina a serem disponibilizado no portal na web e demais questões relevantes sobre o tema;
h. Sensibilizar para a preservação do patrimônio cultural afro catarinense;
i. Contribuir para a difusão da história das comunidades negras em Florianópolis de acordo com a lei federal n°10.639/03.
Informações: www.ingesc.org.br
contato@ingesc.org.br
Historiadores: Fábio Garcia e Elisiana Trilha Castro.